O artigo aqui apresentado originou-se de parte da pesquisa realizada para fundamentar a tese de doutorado, intitulada: “Os sentidos do brincar para professores de uma escola pública de Educação Infantil de Boa Vista/RR: implicações para a formação docente”. Pesquisa circunscrita à abordagem qualitativa, na perspectiva metodológica da pesquisa crítica de colaboração. Problematizamos as noções de infância, de criança e de brincar a partir de um campo específico do conhecimento: a Psicologia Histórico-Cultural e nela ancoramos a nossa perspectiva epistemológica de pensar essas noções em um tempo-espaço determinado pela história e pela cultura. Integrar a educação com a brincadeira, na Educação Infantil, passa pela forma como a criança é vista e entendida. Perceber a criança em sua condição real, de ser que transforma e é transformado, leva-nos a pensar em práticas que favoreçam sua inserção na cultura produzida pela humanidade. Assim, o profissional da Educação Infantil precisa articular e integrar ações que determinem rotina, tempos, espaços e a utilização de materiais, de brinquedos, com propostas que considerem e valorizem as diferentes maneiras de ser criança. Nos discursos acadêmicos se consolidou a noção de que o brincar deve ser o eixo principal das atividades desenvolvidas nas escolas de Educação Infantil. Ao olharmos com mais atenção para o campo das práticas nas escolas, é possível perceber uma lacuna entre o conjunto de ideias acadêmicas formuladas sobre o brincar e as ações docentes na prática cotidiana. A aproximação com tema foi importante como construção de conhecimento para a pesquisa, contribuindo com a formação de professores e professoras da rede municipal, evidenciando a importância de realizar pesquisa com cunho extensionista, que dialogue com a realidade social, que não se afaste da vida e dos problemas reais que dela emergem, consoante com a perspectiva histórico-cultural que alimentou as discussões neste trabalho.