O resgate dos saberes tradicionais da comunidade Quilombola Angico tem grande impacto para o processo de construção e autoafirmação da identidade dos estudantes das escolas do território, sendo importante a confluência entre os saberes acadêmicos e ancestrais. O presente trabalho tem como objetivo geral valorizar os saberes tradicionais da comunidade acerca das plantas medicinais, através do uso da linguagem materializado em gêneros textuais, construindo uma proposta de sequência didática com os saberes tradicionais do Quilombo Angico sobre esse conteúdo. Como objetivos específicos, define-se: catalogar as plantas utilizadas para fins da medicina alternativa e construir uma sequência didática que aborde, em diferentes gêneros, o conhecimento ancestral do uso dessas plantas. Quanto à metodologia, a pesquisa é de natureza qualitativa, do tipo descritivo-exploratória, utilizando a coleta de dados através de pesquisa de campo com o uso de entrevistas com os detentores do saber da comunidade e de diário de registro dos pesquisadores. O corpus corresponde às principais plantas medicinais que são utilizadas pelo território, no intuito de sua catalogação e funcionalidade, e a posteriori, utilizar esse conhecimento para a construção de uma sequência didática de língua portuguesa do sexto ano do fundamental II comprometida com a autoafirmação da identidade de estudantes de escolas desse território. Como subsídio teórico, utilizou-se os saberes tradicionais de Nego Bispo e Paulo de Mainha, pessoas que são validadas na comunidade como detentores do saber, entrelaçados com as orientações prestadas à cerca do trabalho com gêneros textuais na BNCC no componente de Língua Portuguesa do 6º ano. Espera-se que essa proposta possa auxiliar os professores que trabalham em escolas do Quilombo Angico a resgatar os valores de identidade desse território.