O campo de estudo da literatura é amplo e diversificado, no entanto seu ensino se restringe a aspectos historiográficos, a elementos característicos de seus períodos literários e não a querer saber do que falam as obras (Todorov, 2009). Tal método limita a aprendizagem do aluno, pois o foco não é a leitura das obras literárias para a construção de um pensamento crítico e o sentido do texto. Para entrar nesse campo epistemológico em torno do ensino de literatura, esta comunicação tem como objetivo discutir a leitura literária de autoria feminina, numa abordagem social, política, filosófica e linguística, observando o aspecto multidisciplinar em que a literatura se insere. A proposta se justifica pela importância de formar o repertório literário e cultural do aluno, entendendo a criação estética como um meio de representatividades diversificadas. O constructo teórico se atém aos estudos de Candido (1988), Pinheiro (2018), Cosson (2021) que discutem a formação literária, e de Freire (1996), quando se pensa uma prática docente que não se isenta de assumir a politicidade da educação, na formação de sujeitos críticos. Diante disso, a metodologia adotada tem um viés propositivo ao apresentar obras literárias escrita por mulheres que têm uma ambiência temática referenciada ao corpo, a sexualidade, a memória, ao amor, como categorias que precisam ser discutidas em sala de aula, pelo seu teor formativo e humano sem o qual a formação do leitor corre o risco de se fragmentar. As reflexões tecidas no âmbito deste trabalho trazem um lugar central para a imaginação literária, a leitura e um ensino comprometido com uma prática educativa integral e reflexiva.