O período histórico da Primeira República ou República Velha (1889-1930) foi marcado por intensas transformações na sociedade brasileira, quando se estabelecem os princípios pedagógicos que estruturaram a educação brasileira republicana. Neste campo, diferentes perspectivas ideológicas se propuseram a pensar a organização da educação, inclusive, com a consolidação de reformas educacionais, construídas por diferentes linhas do pensamento. O presente trabalho aborda o contexto histórico da primeira metade da República Velha e duas de suas primeiras reformas educacionais: Benjamin Constant (1890) e Epitácio Pessoa (1901), para, a partir da análise dos marcos definidos por estas reformas, compreender os rumos que se definira para a educação nacional. A relevância do presente estudo analítico se justifica pelo aporte crítico do pensamento que organizou estas reformas, (re)significando os princípios que nortearam a prática educacional republicana. Assim, objetiva-se, aqui, discutir as principais propostas e mudanças históricas no contexto nacional da educação brasileira empreendidas por intermédio dessas reformas, para se compreender o ideário que, à época, definiu a educação como uma ferramenta indispensável à formação de cidadãos e, consequentemente, à construção de um país aos moldes das nações republicanas positivistas. Para operar tal análise, adotamos a pesquisa bibliográfica e a análise de conteúdo de fontes documentais como principal viés metodológico. Com vistas à compreensão da dinâmica social e das mudanças que se operaram no período estudado - e sua influência ao longo do tempo -, acreditamos que a base conceitual pela qual optamos nos orienta ao entendimento da importância de se analisar a história a partir da abordagem das práticas, significados e valores culturais de uma determinada sociedade, em um recorte temporal, sendo assim, a presente pesquisa se fundamenta nas perspectivas teóricas da História Cultural e da História da Educação, sobretudo, a partir dos estudos de Peter Burke e Francisco Falcon.