Este trabalho resulta do projeto Prodocência em andamento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), intitulado “A Sociologia frente à Reforma do Ensino Médio, às reformas curriculares e aos novos livros didáticos”. Partimos do estudo da literatura dos últimos anos sobre a reforma do Ensino Médio (Lei 13.415/2017), da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018), dos novos livros didáticos, assim como da conjuntura política, social e econômica de perspectiva neoliberal (FRIGOTTO, 2017) que alimentou o movimento de reformas que incluem a implantação do “Novo” Ensino Médio (NEM). Particularmente, nesta proposta, analisaremos as 12 (doze) entrevistas realizadas com docentes de Sociologia e coordenadores pedagógicos/ou sujeitos em posição equivalente que estão vivenciando a reforma em suas unidades escolares desde 2022 no Rio de Janeiro. São 6 (seis) entrevistas de representantes da rede pública de educação e 6 (seis) da rede privada do Rio de Janeiro. Elaboramos um quadro analítico em que comparamos as respostas segundo as seguintes observações dos entrevistados: a satisfação com o Novo Ensino Médio por parte de docentes e estudantes; como se deu a organização do currículo em itinerários formativos; as mudanças na carga horária docente; a introdução e o funcionamento do Projeto de Vida na escola; a adoção dos materiais didáticos frente aos novos componentes curriculares; como tem sido tratada a relação entre o NEM e a preparação para o ENEM. Como resultado, encontramos muitas críticas à reforma, dentre as quais destacamos: a ampliação da desigualdade educacional entre as redes pública e privada; impactos na carreira docente, como a perda da identidade disciplinar; a subutilização do professor e o desestimulo à carreira; a fragilização das ciências de origem do conhecimento educacional; e o desestímulo da escola por parte de estudantes da rede pública fluminense.