O presente trabalho apresenta o relato de uma professora da disciplina de Matemática, com relação a uma aula prática realizada com 21 alunos de uma turma de 7º ano do Ensino Fundamental, do turno matutino, de uma escola pública estadual e indígena Potiguara da cidade de Rio Tinto, no Litoral Norte do estado da Paraíba. A aula foi realizada com o objetivo de desenvolver as habilidades elencadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para o Ensino de Matemática, no campo da Geometria, tendo como base os princípios e vivências educacionais de uma escola indígena. Para esta aula, foi utilizada como metodologia a Etnomatemática, trabalhando a planificação do cocar de palha do Povo Originário Potiguara, etnia predominante e resistente no Litoral Norte da Paraíba. A professora da turma contou com a participação de quatro licenciandos do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal da Paraíba, do Campus IV, como também a participação de um artesão da aldeia Mont-mor, onde a escola é situada. O intuito principal dessas participações na aula prática foi a integração de conhecimentos científicos e culturais. Sendo assim, foi realizada uma oficina para que fossem explorados os objetos de conhecimento geométricos como simetria, figuras geométricas planas e dentre outros padrões existentes no cocar de palha, a partir de uma aula da demonstração da construção desse adorno com o artesão, e em seguida, o desenho da planificação do cocar com os licenciandos do curso de Matemática, utilizando instrumentos de desenho geométrico. A atividade prática de planificação do cocar potiguara permitiu que os alunos participantes pudessem conhecer com mais profundidade os conhecimentos ancestrais do povo potiguara e fazer relações com a Matemática que é estudada em sala de aula, assim, entendendo a importância da Etnomatemática durante o seu processo de aprendizagem.