As transformações sociais que envolvem o desenvolvimento da sociedade são movimentadas por organizações, partindo de uma dimensão político-epistemológica, que segue afetando o contexto social com intensas transformações que podem gerar a falta de sustentação do laço educativo. Esse caminho é permeado por uma lógica do panóptico foucaultiano, alinhado à perspectiva freudiana do mal-estar inserido nos espaços civilizatórios, como a escola, compreendendo que alguns discursos e práticas da própria civilização destitui o professor enquanto um ser subjetivo, havendo um enlaçamento entre os desejos da civilização e os desejos do docente. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é analisar o percurso docente enquanto um movimento que se encontra às exigências individuais e coletivas de ser professor, pensando no mal-estar inserido na educação contemporânea. Como instrumento, foi utilizada a entrevista semiestruturada com docentes do ensino superior. A partir da análise dos conteúdos das entrevistas, foi observado dois processos que envolvem o ser docente: (1) o desejo e (2) a renúncia. Desejo, por ser, a docência, atravessada por fatores transferenciais que compõem o caminho da escolha e que alicerçam o percurso; e renúncia, por ser um espaço controlado por instâncias que delimitam o fazer, envolvido por uma relação de poder que deslegitima a subjetividade do professor, atravessando a falta de espaços de acolhimento e escuta.