O número de pessoas idosas vem crescendo em todo o mundo e o estudo desse fenômeno abrange diversas áreas. Para as Ciências Sociais, a velhice é social e historicamente construída. O presente trabalho foi realizado com pessoas idosas da Zona da Mata de Alagoas da Região Urbana e da Região rural, buscando analisar as diferentes percepções e especificidades sobre saúde, alimentação e hábitos em cada localidade. Nesse contexto, a alimentação perpassa o sentido biológico e, para além da região urbana, quando se trata de comunidades de assentamentos, podemos observar em evidência aspectos políticos, econômicos, identitários, de condições sociais, de compartilhamento e convivência. Para esse fim, foram aplicados questionários com perguntas discursivas e objetivas, além da construção do referencial teórico utilizando trabalhos relacionados, obtendo um total de 44 entrevistados, sendo 30 mulheres e 14 homens, com idade entre 60 a 88 anos. Os resultados apontaram que a percepção que os entrevistados apresentam sobre a alimentação e saúde são bastante diversas. Apesar das regiões possuírem hábitos saudáveis em comum, em várias áreas, como em relação à alimentação, comendo frutas e alimentos saudáveis, evitando produtos ultraprocessados; além de mantendo-se a par sobre temas globais, como por exemplo o uso excessivo de agrotóxicos; é perceptível que há uma relação íntima e histórica entre os assentados e a origem dos alimentos, a terra, tendo muita força de vontade e dedicação para um cultivo sustentável e orgânico, buscando saúde através do que cultivam; apesar da idade influenciar no desempenho, para eles o trabalho na roça é considerado até mesmo como um divertimento. Espera-se, dessa forma, contribuir na produção e socialização de conhecimento sobre alimentação e saúde dos idosos, evidenciando as diferenças e percepções das pessoas assentadas, fornecendo subsídios para elaboração de políticas sociais, bem como servir de aporte para estimular futuros estudos relativos a essa temática.