O estímulo ao desenvolvimento de expressões artísticas no ensino e na saúde é um caminho inovador que enriquece a formação dos futuros profissionais, promovendo uma compreensão mais profunda e empática das experiências das pessoas. No contexto da hanseníase com profundas implicações psicossociais, as exposições de arte emergem como uma poderosa ferramenta pedagógica. O objetivo desse trabalho é apresentar a experiência de produção de exposições de arte e seu potencial para sensibilizar, mobilizar e educar futuros profissionais da saúde quanto à hanseníase. Essas exposições são criadas a partir de estudo de abordagem qualitativa, utilizando entrevistas semi-estruturadas em que os pesquisadores encontram os participantes, dialogam com eles e se deixam afetar pelas suas histórias. A complexidade das interações entre o pesquisador e os participantes oferece um campo fértil para a exploração dos efeitos da doença, além dos determinantes que se sobrepõem. Durante a produção dos dados, os pesquisadores buscam traduzir essas experiências em símbolos visuais e expressivos. Os elementos das obras são cuidadosamente elaborados para refletir as histórias e emoções dos entrevistados, transformando o material qualitativo em representações visuais que capturam a essência das narrativas pessoais. A arte, nesse contexto, serve não apenas como uma forma de expressão, mas também como um meio de ensino. As exposições permitem que os estudantes da área da saúde interajam com as experiências das pessoas atingidas pelo agravo de uma maneira visceral e introspectiva. Ao visualizar e interpretar as obras, os estudantes têm a oportunidade de se conectar com a realidade vivida pelas pessoas de maneira que transcende a mera leitura de dados clínicos. A arte estimula a empatia, facilita a reflexão crítica e promove uma compreensão mais humanizada da prática médica. Além disso, contribui para a desestigmatização e a promoção de uma abordagem mais inclusiva e respeitosa em relação às pessoas afetadas pela doença.