Estudar as famílias vem sendo, de fato, um campo de pesquisas e estudos da Sociologia da Educação, em que, durante os últimos anos, os conceitos acerca da organização familiar se modificaram, dando origem ao termo “arranjos familiares”. Este fato se dá pela interferência de diferentes fatores sociais, econômicos e políticos. Este trabalho tem como objetivo compreender como as mudanças nos sistemas familiares influenciam no processo de socialização escolar de crianças de camadas populares. O estudo baseia-se em teóricos como Thin (2006), Lahire (2011), Lahire (1997), Nogueira (2013) e Silva (2017). A perspectiva teórico-metodológica adotada consiste em uma abordagem qualitativa, através da busca de pesquisas realizadas sobre a socialização de crianças de meios populares por meio de plataformas como Scielo, Google Acadêmico e Portal de periódicos de teses e dissertações da CAPES, visando levantar estudos sobre o tema. Os resultados indicam que as diferentes organizações domésticas interferem diretamente na socialização das crianças, que indivíduos de camadas populares sofrem com relações desiguais no ambiente escolar, onde há uma diversidade de capital cultural que pode contribuir para um sistema educacional reprodutor de desigualdades sociais e escolares. Esta reprodução das desigualdades sociais através da educação, é um reflexo de uma estrutura que não proporciona as mesmas oportunidades para todos, aumentando as diferenças entre classes sociais e limitando o potencial de ascensão social dos mais desfavorecidos.