Este estudo consiste em um relato de experiência do estágio da disciplina Estágio Básico IV – Processos Educacionais, do 5º período do Curso de Psicologia, da Faculdade Santa Maria do município de Cajazeiras (PB), realizado no período de 24 de outubro a 21 de novembro de 2013. O objetivo deste relato é apresentar a rotina de aula de uma criança autista em escola pública em uma cidade no Sertão Paraibano, atentando para as suas dificuldades de inclusão, e as dificuldades técnicas dos profissionais em lidar com uma criança com este tipo de transtorno. Trata-se de um estudo descritivo e para o desenvolvimento da atividade utilizamos como instrumentos a observação sistemática e entrevistas semiestruturadas com as professoras de classe e a professora da sala de Atendimento Educacional Especializado- AEE. O estágio se desenvolveu em três etapas: Inicialmente foi realizada entrevista com a gestora da escola e a sondagem da possibilidade de observar uma sala de aula do Ensino Fundamental I. Em seguida, deu início a observação de toda a turma. Por fim, no decorrer dos últimos dias de estadas na sala de aula foi escolhido um aluno para ser observado, a partir da percepção da estagiária de psicologia, de modo que o aluno escolhido foi uma criança com autismo que já está na escola há mais três anos. A partir daí, todas as visitas à escola tinha como foco este aluno: sua chegada, suas relações na sala de aula, na escola, seu processo de aprendizagem, suas vivências na sala de AEE, sua relação em casa, seus comportamentos e avanços, assim como a forma que os profissionais lidavam com este aluno. A partir desta experiência, foi possível considerar que ainda há questões que precisam ser pensadas e discutidas pela escola, tais como: o despreparo técnico das profissionais que lidam com a pessoa autista; a ausência de psicóloga e fonoaudióloga para acompanhar o aluno, a falta de estimulo para a interação entre o aluno com autismo e os demais colegas, a metodologia de ensino inapropriada, a falta de conhecimento por parte de todos os profissionais da escola acerca das políticas públicas do autismo e do modo de se conviver com um autista, e, o mais importante, não se percebeu a efetiva inclusão escolar. Concluem-se, deste modo, que é preciso repensar as práticas de inclusão escolar da pessoa autista a partir de pesquisas e estudos que partam das Universidades, faculdades e das escolas a fim de mobilizar toda a comunidade para pensar e agir de modo democrático e equitativo com a pessoa autista, garantindo e preservando os seus direitos.