IntroduçãoEstudos científicos têm demonstrado uma relação direta entre o peso inadequado ao nascer (baixo peso e macrossomia) com o estado nutricional futuro dos indivíduos, ou seja, o peso ao nascimento age como um importante determinante de risco, a médio e longo prazos, para o desenvolvimento de sobrepeso/obesidade, além de morbidades como diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares. Objetivos: Verificar a relação do peso ao nascimento com o estado nutricional de adolescentes escolares de Campina Grande-PB. Métodos: Estudo transversal desenvolvido entre setembro de 2012 e junho de 2013 em escolas públicas estaduais de pequeno porte de Campina Grande, PB. Foram analisados estudantes hígidos do ensino médio, na faixa etária de 15 a 20 anos incompletos, sem restrição de gênero. Foram levantadas questões relativas às características familiares do adolescente, bem como a informação auto-referida peso ao nascimento. Além disso, foram aferidas medidas antropométricas (peso e estatura) para avaliação do estado nutricional. A análise estatística foi realizada no Epi Info 7.0. Adotou-se o nível de significância de 5%.Resultados: Com o avanço da idade, verificou-se um aumento no percentual de eutrofia, que passou de 62,3% (ao nascimento), para 82,0% na adolescência. Entretanto, os casos de baixo peso, apesar de não mais ocorrerem, cederam espaço ao excesso de peso, já tendo sido registrados casos de obesidade. Não foi verificada associação estatisticamente significante entre o peso de nascimento e o estado nutricional na adolescência (p=0,41). Conclusão: Para esta população, ao contrário do que mostra a literatura científica, o peso ao nascer não configurou fator associado ao estado nutricional na adolescência. Estudos com maiores tamanhos amostrais e utilizando a informação do peso ao nascer registrada em fontes oficiais devem ser realizados, a fim de melhor aprofundar essa questão.