Introdução: A dependência química é considerada uma doença crônica. Compreende a necessidade física, psicológica e/ou comportamental de buscar o prazer e evitar sensações desagradáveis. Quando se busca parar, tende-se a recair em virtude da síndrome de abstinência. O início do consumo de substâncias psicoativas ocorre precocemente, aumentando o risco da dependência. Sabe-se que a família tem papel decisivo, seja de coautora no surgimento do abuso de drogas na adolescência, quanto de instituição protetora para a saúde dos adolescentes. O uso de drogas pelos pais e outros familiares é certamente uma das grandes influências para adolescentes se tornarem dependentes químicos. Objetivo: Avaliar as relações existentes entre o uso abusivo de drogas na adolescência e a influência da família. Material e Métodos: O presente trabalho foi desenvolvido na cidade de Campina Grande - PB, numa instituição de apoio psicossocial no período de fevereiro a março de 2014. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados, um questionário semi-estruturado com 19 questões objetivas e um gravador de voz para depoimento do indivíduo entrevistado. Resultados: Adolescente, 15 anos, sexo feminino, interna em instituição pública no tratamento intensivo há 3 meses. O primeiro contato foi com o cigarro aos 10 anos de idade, por influência do pai que fazia uso de drogas lícitas e ilícitas, solicitava que a adolescente comprasse. Paciente relata que sentiu necessidade de utilizar outras drogas por necessidade de novas sensações e para alívio da tristeza por ter perdido o pai num assassinato por acerto de contas, necessitando, portanto, até mesmo vender as coisas de casa para conseguir comprar drogas. Além do cigarro passou a usar crack, inalantes, maconha e álcool. Sendo então encaminhada, pelo conselho tutelar e por sua avó, para o tratamento na instituição de apoio a dependentes químicos. Conclusão: A avaliação a partir da entrevista apontou dificuldades importantes desde o início de vida do paciente e revelou que as queixas apresentadas pelo mesmo se encontraram estreitamente relacionadas ao ambiente familiar despreparado, que não promoveu o seu desenvolvimento social de forma adequada.