RESUMO
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER POR PARCEIRO ÍNTIMO NÃO É UM FENÔMENO RECENTE NA SOCIEDADE. NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS (COVID-19) MEDIDAS COMO O ISOLAMENTO SOCIAL PODEM TER IMPACTADO DIRETAMENTE AS MULHERES, AUMENTANDO A VULNERABILIDADE A SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA PELO PARCEIRO ÍNTIMO. ALÉM DE MAIOR TEMPO COM O AGRESSOR NO AMBIENTE DOMÉSTICO, OS CONFLITOS FAMILIARES, E A DIFICULDADE DE ACESSO ÀS REDES DE PROTEÇÃO AS OFERTAS DOS SERVIÇOS DE PROTEÇÃO FICAM MAIS LIMITADOS. PORTANTO, PODE-SE DIZER QUE A FORMALIZAÇÃO DE UMA DENÚNCIA NESTE CONTEXTO FICOU AINDA MAIS DIFICULTADA. ESTE ESTUDO OBJETIVOU ANALISAR O PERFIL DE MULHERES QUE SOFRERAM VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO E REALIZARAM DENÚNCIA NO PERÍODO DA PANDEMIA DA COVID-19 E AS CARACTERÍSTICAS DOS TIPOS DE VIOLÊNCIAS NOTIFICADAS. TRATA-SE DE UMA PESQUISA QUANTITATIVA DESCRITIVA REALIZADA MEDIANTE ANÁLISE DE BOLETINS DE OCORRÊNCIA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER POR PARCEIRO ÍNTIMO EM UMA DELEGACIA DE DEFESA DA MULHER DO INTERIOR PAULISTA, NO PERÍODO DE 01 DE MARÇO A 31 DE OUTUBRO DE 2020. FORAM ANALISADOS 255 BOLETINS DE OCORRÊNCIAS, LAVRADOS POR MULHERES COM IDADE IGUAL E/OU ACIMA DE 18 ANOS. QUANTO AO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, A FAIXA ETÁRIA PREDOMINANTE FOI DE 35 A 39 ANOS, A MAIORIA COM COR DA PELE BRANCA 73,33%, E 63,64% SE DECLARARAM SEPARADAS DO AGRESSOR NO MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA DENÚNCIA. O TIPO DE VIOLÊNCIA MAIS NOTIFICADO FOI À AMEAÇA 67,1%, NA MAIORIA DOS CASOS COM AMEAÇA DE MORTE. FOI SOLICITADA A MEDIDA PROTETIVA EM 76,3% DOS CASOS E A CASA FOI O LOCAL PREDOMINANTE DA VIOLÊNCIA (85,2%). CONHECER OS CASOS DE VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO, PRINCIPALMENTE NO CONTEXTO DE UM ISOLAMENTO SOCIAL, POSSIBILITARÁ AOS SERVIÇOS DE PROTEÇÃO ÀS MULHERES, EM ESPECIAL OS DE SAÚDE UMA MAIOR VISIBILIDADE PARA A REORGANIZAÇÃO DE SUAS PRÁTICAS, CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS E ARTICULAÇÃO DA REDE DE SERVIÇOS.