DENTRE AS MULHERES SOROPOSITIVAS PARA SÍFILIS, 80% ENCONTRAM-SE EM IDADE REPRODUTIVA, AUMENTANDO OS RISCOS DE TRANSMISSÃO VERTICAL CASO NÃO HAJA TRATAMENTO OU ESTE SEJA INADEQUADO. A SÍFILIS É UMA INFECÇÃO QUE DISPÕE DE RECURSO TECNOLÓGICO PARA CURA E, AO MESMO TEMPO, ENVOLVE DIVERSOS ASPECTOS ÍNTIMOS, EMOCIONAIS E ESTIGMAS. O PRESENTE ESTUDO TEM POR OBJETIVO ANALISAR OS SIGNIFICADOS DA SOROPOSITIVIDADE PARA SÍFILIS A PARTIR DA PERCEPÇÃO DAS GESTANTES, POSSIBILITANDO A COMPREENSÃO DO PROCESSO DIAGNÓSTICO E TRANSFORMAÇÕES DECORRENTES DELE. TRATA-SE DE UM ESTUDO QUALITATIVO, ANINHADO A UM CASO-CONTROLE, REALIZADO EM UM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. PARTICIPAM DO ESTUDO, GESTANTES SOROPOSITIVAS PARA SÍFILIS NA GESTAÇÃO ATUAL, QUE REALIZAM O PRÉ-NATAL EM UNIDADES DE SAÚDE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE. ATÉ O MOMENTO FORAM ENTREVISTADAS DEZ GESTANTES, COM IDADE MÉDIA DE 25 ANOS. HOUVE PREDOMÍNIO DE MULHERES AUTODECLARADAS PARDAS, COM RENDA FAMILIAR ENTRE UM E DOIS SALÁRIOS MÍNIMOS, ENSINO MÉDIO COMPLETO E PARCEIROS NÃO TRATADOS. PROCEDEU-SE A ANÁLISE DE CONTEÚDO PROPOSTA POR BARDIN, ELEGENDO-SE DUAS CATEGORIAS: CONHECIMENTO PRÉVIO SOBRE A SÍFILIS; CONTEXTUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO A PARTIR DAS VIVÊNCIAS. O CONTEÚDO DAS ENTREVISTAS EVIDENCIOU ESCASSO CONHECIMENTO A RESPEITO DA INFECÇÃO ATÉ O MOMENTO DO DIAGNÓSTICO. QUANTO À CONTEXTUALIZAÇÃO DOS SENTIMENTOS DESPERTADOS PELO DIAGNÓSTICO, AS FALAS EXPRESSAM SUSTO, DESESPERO E PREOCUPAÇÃO - REFERINDO-SE TANTO AO CONCEPTO QUANTO AO PARCEIRO – E DEMONSTRARAM QUE ESTES SENTIMENTOS FIZERAM COM QUE AS GESTANTES NÃO HESITASSEM AO TRATAMENTO. ALÉM DISSO, O SIGNIFICADO E PERCEPÇÕES A RESPEITO DO DIAGNÓSTICO FORAM TRADUZIDOS PARA O MEDO DO ESTIGMA E O ENFRENTAMENTO AO TRATAMENTO EM PROL DE UMA GESTAÇÃO SEGURA. OS ACHADOS REFORÇAM A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO ENTRE AS TECNOLOGIAS LEVES, AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE E EDUCAÇÃO OFERECIDAS ÀS GESTANTES, DE FORMA A PRODUZIR UM CUIDADO EM SAÚDE TRANSFORMADOR, COM AUTONOMIA E CORRESPONSABILIDADE.