O CUSTO DA ALIMENTAÇÃO É UMA VARIÁVEL MEDIADORA NO CAMINHO CAUSAL ENTRE NÍVEL SOCIOECONÔMICO E QUALIDADE DA DIETA. O ESTUDO TEVE COMO FINALIDADE AVALIAR DESIGUALDADES EM RELAÇÃO AO CUSTO POR CALORIAS EM UM DIA DE ALIMENTAÇÃO E QUALIDADE DA DIETA, A PARTIR DE DADOS DO INQUÉRITO DE SAÚDE DE SÃO PAULO 2015 (ISA-CAPITAL 2015), COM AMOSTRA REPRESENTATIVA DE RESIDENTES (ADULTOS E IDOSOS) DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (N=1188). O PAREAMENTO DE PREÇOS FOI BASEADO NA POF-IBGE 2008-2009, SENDO ATUALIZADOS PELO ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO (IPCA). O SALÁRIO-MÍNIMO (SM) (R$788 OU R$26,27 POR DIA) DE 2015 FOI USADO PARA CATEGORIZAR DOMICÍLIOS QUANTO À RENDA PER CAPITA. TAMBÉM FOI ADOTADO CRITÉRIO BRASIL 2015 PARA CLASSIFICAÇÃO DOS DOMICÍLIOS EM CLASSES SOCIAIS. A QUALIDADE DA DIETA FOI AVALIADA PELO ÍNDICE DE QUALIDADE DA DIETA REVISADO PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA (IQD-R). FORAM ESTIMADAS REGRESSÕES LINEARES MÚLTIPLAS PARA CUSTO E IQD-R, AJUSTADAS POR FATORES DE CONFUSÃO (P<0,05). O ESTUDO FOI APROVADO SOB CAAE Nº11751019.3.0000.5421. INDIVÍDUOS COM RENDA MENOR DO QUE 1SM COMPROMETEM QUASE TOTALIDADE DO ORÇAMENTO FAMILIAR COM ALIMENTAÇÃO (99,5%), COMPARADOS AO DE MAIOR RENDA (21,3%). O CUSTO DIÁRIO DA ALIMENTAÇÃO FOI SUPERIOR PARA MAIOR RENDA (R$19,3) EM RELAÇÃO À MENOR RENDA (R$16,9), PORÉM, INVERSO À QUALIDADE DA DIETA (59,4 VS 56,7 PONTOS). O MESMO OCORRE ENTRE CLASSES SOCIAIS: INDIVÍDUOS EM MELHORES CLASSES SOCIAIS TÊM MENOR COMPROMETIMENTO DA RENDA COM ALIMENTAÇÃO (A: 16,8%; B1+B2: 20,7%; C1+C2: 43,3%; D+E: 55,0%). O CUSTO FOI MAIOR PARA CLASSE A (R$ 20,6), EM RELAÇÃO ÀS DEMAIS (B1+B2: R$19,4; C1+C2:R$17,5 D+E:R$ 17,2), PORÉM INVERSO À QUALIDADE DA DIETA (A:61,1 VS D+E:58,7 PONTOS). O COMPROMETIMENTO DA RENDA EM TERMOS DE CUSTO DA ALIMENTAÇÃO ENTRE INDIVÍDUOS DE MENOR PODER AQUISITIVO E CLASSE SOCIAL CONSTITUI UMA BARREIRA QUANTO À SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.