NO ACERVO DA PRODUÇÃO DRAMÁTICA DE ALMEIDA GARRETT, GRANDE IMPULSIONADOR DO TEATRO OITOCENTISTA, CONSTAM PEÇAS DE FEIÇÃO DIVERSA. ALGUMAS CURTAS, FORMADAS POR UM OU DOIS ATOS, OUTRAS DE TRÊS ATOS. ALGUMAS CÔMICAS, OUTRAS EM QUE SOBRESSAEM CARACTERÍSTICAS TRÁGICAS E HÁ AINDA OS DRAMAS HISTÓRICOS. "A SOBRINHA DO MARQUÊS", DECORRIDA NO FINAL DO PERÍODO POMBALINO, É CERTAMENTE UMA DAS PEÇAS QUE MERECEM DESTAQUE DENTRO DO CONJUNTO DOS DRAMAS HISTÓRICOS. DA OBRA, FICOU-NOS O MANUSCRITO INTEGRANTE DO ESPÓLIO GARRETT DA BIBLIOTECA GERAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA. A PARTIR DO COTEJO DAS PRIMEIRAS EDIÇÕES D’A SOBRINHA (AMBAS DE 1848) COM O REFERIDO MANUSCRITO, LEVANTAMOS ALGUMAS DIFERENÇAS. AS MAIS SUBSTANTIVAS JÁ FORAM INDICADAS NA EDIÇÃO CRÍTICA "FILIPA DE VILHENA / A SOBRINHA DO MARQUÊS" (IMPRENSA NACIONAL, ED. DE SÉRGIO NAZAR DAVID, 2020) E SITUAM-SE SOBRETUDO NO PLANO ESTRUTURAL DA OBRA (DE ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DAS CENAS). TAIS DIFERENÇAS NECESSITAM, CONTUDO, DE MAIOR ATENÇÃO E PERMITEM ESTUDOS MAIS PORMENORIZADOS, UMA VEZ QUE MODIFICAM DIRETAMENTE A CONSTRUÇÃO DOS PERSONAGENS E DO ENREDO, O QUE PROCURO EVIDENCIAR NO PRESENTE TRABALHO. ACERCA DOS PERSONAGENS, DESTACO MARIANA DE MELO, QUE GANHA UMA DIMENSÃO MAIS PROFUNDA NAS PRIMEIRAS EDIÇÕES QUANDO COMPARADAS AO QUE FORA FIXADO POR GARRETT NO MANUSCRITO, DATADO, NO ÚLTIMO FÓLIO, COMO “ACABADO” EM “1/4/1847”.