Este ensaio traz reflexões sobre a prática de tutoria para estudantes acompanhados pelo Atendimento Educacional Especializado, para promover processos de autorregulação das aprendizagens e estimular o desenvolvimento autônomo e colaborativo. A implantação do projeto de tutoria no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Campus Vitória da Conquista, teve o objetivo de favorecer o processo de inclusão educacional por meio da acessibilidade pedagógica dos conteúdos ministrados pelas disciplinas de forma geral, com um acompanhamento individualizado aos estudantes vinculados ao Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (Napnee). Nesse sentido, compreende-se por tutoria uma estratégia de apoio ao ensino, em que bolsistas selecionados e habilitados dos cursos de formação técnica profissional ou do ensino superior colaboram nos processos de apropriação do conhecimento de seus colegas, ao mesmo tempo em que promovem vivências inclusivas de grande impacto para sua formação educacional, social, cultural e profissional. A construção do projeto de tutoria por pares tem como foco promover a maximização do acesso aos conteúdos pelos discentes com deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento (Autistas) e com transtornos de aprendizagem, por intermédio de um acompanhamento efetivo na realização das atividades desenvolvidas pelos docentes, buscando favorecer a aprendizagem, cumprimento de prazos, desenvolvendo a habilidade de autorregulação e autonomia no ambiente acadêmico. A tutoria de pares possibilita benefícios diretos, tais como: empatia, aumento da confiança, maior sentido de responsabilidade, maior conhecimento e sensibilidade para o contexto da inclusão, encorajamento e motivação para atitudes de cuidado e de parceria. Essa proposta também promove a sensibilização da comunidade escolar para a questão da inclusão e sobre a importância da colaboração. Constitui-se uma estratégia positiva na facilitação da inclusão ao promover a comunicação com os pares e ao desenvolver atitudes e relações interpessoais que remetem para a aceitação da diferença.