A formação do leitor literário constitui um dos grandes desafios para os professores de língua portuguesa. As práticas de fomento à leitura de textos literários visam assegurar esse direito básico da educação. O diário de leitura é uma ferramenta para a leitura crítica de textos, uma vez que, com a inserção desse gênero discursivo no contexto escolar, o leitor pode assumir uma atitude ativa diante dos textos. Neste artigo, apresentamos algumas possibilidades de uso do gênero diário de leitura como ferramenta para ampliação do letramento literário. Para tanto, na primeira parte, abordamos aspectos teóricos sobre concepções de leitura, de texto literário e do próprio diário de leitura como e gênero discursivo. A fim de investigar os elementos constitutivos do gênero em questão, os recursos linguístico-discursivos que demarcam a autoria e as evidências do leitor como sujeito de sua recepção, analisamos quinze textos produzidos por estudantes dos cursos técnicos subsequentes dos eixos de Administração e Tecnologia do IFPE, Campi Palmares e Paulista, em Pernambuco. Quanto à metodologia, a pesquisa de natureza qualitativa, desenvolveu-se numa prática de pesquisa-ação, tomando como parâmetros de análise dos dados alguns princípios da Estética da Recepção e da Análise Dialógica do Discurso. Observamos que o uso do gênero diário de leitura em sala de aula contribui para a formação de um leitor crítico, construtor de sentidos, capaz de argumentá-la e de relacioná-la com a sua vida e com o mundo.