Nos últimos anos, o campo do currículo tem sido afetado mais significativamente pelo movimento negro e indígena e pelos estudos de gênero e étnico-raciais, cujas lutas e resistências possibilitam apostar em um currículo cada vez mais decolonizado. O primeiro artigo é fruto de pesquisa com apoio do CNPq, realizada por meio de entrevistas com estudantes indígenas e análise de conhecimentos por eles produzidos em teses e dissertações; observa-se que esses estudantes, ao acessarem os currículos da educação superior, não o fazem para dobrar-se a eles, mas para afirmar seus conhecimentos e cultura, tornando-se centrais no processo de decolonização dos currículos. O segundo artigo, também fruto de pesquisa financiada pelo CNPq, envolvendo entrevistas semiestruturadas com estudantes de licenciatura, mostra que os currículos, ainda eurocentrados, dificultam, mas não impossibilitam a presença de conhecimentos produzidos por outras epistemologias. O terceiro artigo apoia-se em pesquisa feita com três protagonistas da luta antirracista, por meio da história oral, evidenciando-se que, por maior que seja a colonialidade do currículo, militantes do movimento negro sempre a questionaram e apostam em um currículo plural e antirracista. Os três textos têm em comum o entendimento de que o currículo é marcado pela colonialidade, mas, como é um campo de disputa política e cultural, os conhecimentos, lutas e resistências de negros e indígenas têm sido centrais para decolonizá-lo.