Este artigo dá visibilidade a alguns percursos traçados e vividos no Estágio Supervisionado em Docência na Educação Infantil, do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão, durante os anos de 2021 e primeiro semestre de 2022. Objetiva discutir as contribuições da experimentação estética para o processo de autoformação de futuros professores da Educação Infantil. De natureza qualitativa, a pesquisa sustentou-se nos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural e utilizou o experimento didático formativo como metodologia de investigação e instrumento de geração de dados. O estudo favoreceu experimentar outros percursos formativos que apostassem em uma aprendizagem experiencial, implicada, que coloca o adulto professor no centro do processo. A autoformação, compreendida como uma perspectiva de formação que se põe na contramão de processos exterodeterminados que desconsideram os sujeitos que aprendem, contribuiu para desencadear processos de fruição e autoria, acreditando no potencial do sujeito que aprende e na possibilidade de sua emancipação. Nesse sentido, a experimentação estética ao considerar a estesia, a expressão e a criação apresenta-se como um caminho possível para acolher e mobilizar os professores em formação para a aprendizagem experiencial da docência, bem como para buscar uma prática pedagógica mais autoral, autônoma e respeitadora de si e da criança que aprende. As experiências no campo do sensível ressignificaram os processos formativos, articulando razão e emoção, e possibilitando a reinvenção da prática docente com/para crianças pequenas e bem pequenas. A articulação entre autoformação e experimentação estética colaborou para o esboço de uma visão de formação docente que rompe com a cultura industrial tecnicamente racionalizada, que se concretiza em uma prática tecnicista de docência que desconsidera as falas, as reflexões e as teorias produzidas pelos sujeitos aprendentes.