Este artigo te convida a viajar nas costas de Nafisa, uma elefanta perdida que conhece Obax, menina alegre e cheia de imaginação, juntas se aventuram pela savana africana, conhecem o mundo, passeiam por montanhas e vilarejos e veem chuvas de água, de pedra, de folhas e flores. Com o objetivo de discutir a literatura negra na educação infantil e as possibilidades de trabalho artístico a partir de sucatas, esta pesquisa apresenta uma prática desenvolvida com crianças matriculadas no nível III da Educação Infantil, com idade de 3 anos, em um CMEI da cidade do Natal/RN. A prática se deu mediante a leitura do livro Obax, do autor André Neves; para a explanação utilizamos a metodologia da Andaimagem (GRAVES; GRAVES, 1995), a qual possibilitou que as crianças tecessem inferências prévias e após a leitura mediante as questões lançadas pelo mediador. Após este momento, direcionamos a turma à construção de uma proposta artística a partir de sucatas, junto com elas montamos um elefante com caixas de papelão de diversos tamanhos e formatos e, junto a isso, solicitamos que elas se auto desenhassem e colassem seus desenhos pelo “corpo” do elefante construído, fazendo com que cada um se tornasse Obax viajando com Nafisa. A proposta nos possibilitou entender que as crianças constroem seus repertórios a partir das múltiplas linguagens ofertadas no processo de ensino, portanto, a literatura, a pintura, o desenho, a colagem são propostas artísticas que despertam a expressividade das crianças e permite a elas a concretização dos conteúdos abstratos.