O presente relato de experiência parte das noções de dialogicidade como práxis (Freire, 2018) – que possibilita a ação e a reflexão do educando como sujeito transformador das condições prescritivas e impostas (educação como prática de liberdade) – e de saber experiencial docente (Tardif, 2002) – como saberes construídos no exercício cotidiano do trabalho – para refletir sobre a construção da identidade docente dos residentes do Programa de Residência Pedagógica, no Subprojeto História/UFF. Comprometidos com o processo de ensino-aprendizagem dos educandos na turma do 7º ano do Ensino Fundamental, do Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (IEPIC), procuramos acompanhar a transformação do pertencer do educando não apenas como parte de um sistema educacional, mas também como agente crítico transformador da sociedade. Nesse sentido, incorporamos ainda o conceito de ensino de História como lugar de fronteira (Monteiro; Penna, 2011) – espaço de convergência entre a pedagogia, a teoria da história e os saberes docentes e discentes, no qual é negociada a distância entre os saberes situados dos estudantes e os conhecimentos institucionalizados, escolares e acadêmicos. Nesse contexto, julgamos compreender o diálogo como estratégia permanente no sentido de articular o conhecimento acadêmico e a realidade dos estudantes na sala de aula. Por fim, o relato permite concluir que o trabalho com a educação na perspectiva dialógica permite considerar não apenas a condição de sujeito dos estudantes, ativos no processo de ensino e aprendizagem e autônomos em seu pensar e agir, mas também o processo de construção da identidade profissional docente dos residentes.