O artigo realiza uma reflexão sobre as formas de uso de diferentes plataformas digitais por estudantes do ensino médio técnico e os processos contemporâneos de desinformação e ameaça à democracia e aos direitos humanos, a exemplo dos movimentos masculinistas, que se utilizam das plataformas digitais para impulsionar conteúdos misóginos e sexistas. A discussão pautou-se na atuação do PIBID Sociologia (núcleo da UFFS - campus Laranjeiras do Sul-PR) em um centro estadual de educação profissional no município. Entre as ações propostas pelo projeto na escola, destacamos o diagnóstico da realidade escolar e a oficina sobre desinformação e democracia. A partir dessas ações, refletimos sobre o uso das plataformas digitais (redes sociais, plataformas de vídeo, jogos, entre outras) e como os conteúdos veiculados, especialmente aqueles relacionados às relações de gênero, são percebidos e compreendidos pelos estudantes. Partimos da perspectiva de Miller et al. (2019), e procuramos não definir as mídias digitais como “negativas” ou “positivas”, principalmente em sua relação com a educação escolar. A intenção desta reflexão, portanto, é colocar em evidência as diferentes apropriações e significados oriundos dessas experiências pelos estudantes do ensino médio técnico e apontar as principais questões colocadas por estudos contemporâneos a respeito da relação entre plataformas digitais, desinformação e ameaça à democracia e aos direitos humanos.