Relato uma aula expositiva do PIBID de Sociologia dada ao 4º ano técnico de Administração em um colégio público de Curitiba. O objetivo principal era propiciar aos estudantes reconhecerem as várias formas de trabalho no capitalismo contemporâneo. A ênfase foi colocada no impacto desse sistema sobre o processo produtivo das comunidades quilombolas e povos indígenas, se debruçando sobre conceitos como “associativismo”; o que noto que estudantes mostraram compreender. A aula expositiva se deu, primeiramente, a partir da apresentação do que são comunidades quilombolas. Depois foram apresentados dados do IBGE sobre populações totais de indígenas e quilombolas. A aula teve sequência com a apresentação dos estudos de Ana Maria Pereira sobre o artesanato, seus significados e processos para a comunidade quilombola Faceira, em Chapada do Norte - Minas Gerais. Também trouxe dados sobre o trabalho de indígenas no Brasil – sendo que 6 a cada 10 indígenas têm a oportunidade de atuar no mercado de trabalho formal . A reflexão sobre trabalho informal e técnico foi associada ao conceito de exército industrial de reserva do capitalismo de Marx, identificando quais populações são público hoje do desemprego e formação educacional precarizada. Refleti, então, sobre os questionamentos de Gersem Baniwa a respeito do protagonismo, ainda hoje, das pessoas brancas dentro das universidades públicas e suas defesas do absolutismo da ciência única ocidental. Finalizando, apresentei o relato em vídeo da primeira indígena cirurgiã-cardiologista do Brasil, Myriam Krexu. O relato mostra a necessidade da retomada da Antropologia na matéria de Sociologia no Ensino Médio.