A escola compõe o lugar onde se criam condições para que o ser humano se aproprie dos conhecimentos científicos elaborados ao longo da história e, através disso, possa desenvolver as características próprias da espécie humana, chamadas de funções psicológicas superiores. O professor é o agente que exerce o papel principal nesse percurso, uma vez que ele executa o processo mediador do conhecimento. Contudo, no decorrer de sua atuação profissional depara-se com diversos fenômenos que compõem as relações humanas e dificultam o desenvolvimento do seu trabalho. Esses fatores afetam não só o processo educativo como também a própria saúde mental docente. Com base nisso, a presente pesquisa teve como objetivo analisar o processo de adoecimento psíquico de professores a partir das especificidades de seu trabalho, e para isso, foi desenvolvida uma pesquisa teórica, de cunho qualitativo. Os resultados demonstram que as condições negativas com as quais os professores lidam ao exercerem suas atividades profissionais têm causado efeitos adversos em suas personalidades. Tais condições estão relacionadas a fatores psicológicos, sociais, econômicas, pessoais, de formação acadêmica e, em destaque, à desvalorização profissional e a precarização do trabalho. Compreende-se que refletir a respeito do adoecimento docente como um produto dos fatores socioculturais e não meramente como um fator individual, é necessário para fomentar políticas públicas a favor da transformação da atividade do professor num viés mais crítico e humano da realidade que o compõe.