Neste texto temos como objetivo fazer uma narrativa dos principais marcos históricos que possibilitaram a configuração no Brasil, de um campo social de produção de conhecimento, a área de pesquisa em Educação em Ciências, e a subárea de pesquisa em Ensino de Biologia, que se dedicam aos estudos e debates sobre o ensino e aprendizagem dos conteúdos científicos e biológicos e a formação de professores de Ciências e Biologia. Para situar estes campos, o texto está estruturado em três seções, na primeira, fazemos um resgate histórico de como a área de Ciências Biológicas se consolidou como ciência, e discutimos como este processo de estruturação ocorreu com altas doses de tensão, controvérsias e deslocamentos no âmbito de sua própria comunidade para obter o status e o prestígio como conhecimento científico. Na segunda seção, narramos sobre as condições de instituição das disciplinas escolares, e como as disciplinas de Ciências Naturais e Biologia se estabeleceram no currículo escolar, observando que não estiveram baseadas apenas nas práticas e conhecimentos científicos e acadêmicos das áreas de referência, mas também foram gestadas em múltiplos contextos e intricadas relações, sujeitos e instituições, espaços e tempos, que culminam em sua organização disciplinar em cada época e de acordo com os propósitos da escolarização de forma geral. Por fim, na terceira seção evidenciamos como o ensino de Ciências e Biologia configuraram-se como campos de pesquisa, apontando os principais marcos que propiciaram a estruturação e sustentação de uma comunidade de pesquisadores e professores envolvidos em estudos, pesquisas e práticas em prol da melhoria do ensino de Ciências e Biologia.