O presente trabalho relata a implementação de círculos restaurativos em uma escola de Mossoró por meio da atuação do projeto de extensão Direitos Humanos na Prática, para lidar com questões de bullying e discriminação, especialmente envolvendo alunos transgêneros, autistas e negros. Com base na teoria de Justiça Restaurativa de Howard Zehr, e sua aplicação nas escolas fundamentadas em Katherine Evans e Dorothy Vaandering, os círculos foram conduzidos por uma equipe multidisciplinar e interinstitucional. Foram realizados 18 círculos restaurativos com turmas de ensino fundamental e médio ao longo de um mês, contemplando 5 turmas. Ao final do fluxo de atividades, foi possível constatar pela própria avaliação dos participantes, o tratamento dos conflitos que originaram a demanda, e uma melhoria na convivência das turmas, bem como a redução de conflitos. Destaca-se que, apesar de eficazes, as práticas restaurativas enquanto formas de tratamento e prevenção de conflitos precisam ser incentivadas e aplicadas de forma contínua para garantir a sustentabilidade dessas práticas e sua eficácia, inclusive integrando todos os membros da escola.