Ao examinar a imposição de padrões de gênero na educação física escolar, em particular no contexto do futsal, é notório um ambiente marcado por estereótipos que marginalizam as mulheres. Por meio de um relato de experiência no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), procura-se abordar e refletir sobre essas questões. A metodologia envolveu análise retrospectiva de um torneio interclasse, que revelou baixo interesse das alunas pelo futsal devido ao ambiente predominantemente masculino, refletindo estereótipos de habilidade e capacidade física. A organização hierárquica no intervalo reforçou esses padrões, dificultando o acesso das estudantes aos espaços. A criação de dois times femininos de futsal durante o interclasse exigiu modificações nas normas para permitir participação de alunas de diferentes turmas. No entanto, a gestão escolar culpabilizou as estudantes pela falta de ocupação dos espaços esportivos, ignorando os fatores estruturais que contribuem para essa problemática. É crucial uma ação conjunta para desconstruir preconceitos e promover espaços mais democráticos, como proposto por Silva (2023). Chegou-se à conclusão de que a educação física pode ser uma ferramenta benéfica para fomentar equidade de gênero na escola, desde que sejam empregadas estratégias educacionais que fomentem a autoconfiança das alunas e superem os estereótipos de gênero. Isso requer maior apoio da gestão escolar e iniciativas que envolvam subjetivamente e incluam a participação objetiva das estudantes nos espaços esportivos, promovendo debates sobre mulheres no esporte e reservando horários e espaços para elas. Essas ações são fundamentais para incentivar a participação das meninas em todas as modalidades esportivas.