O presente resumo é um relato de experiência baseado em diários de campo oriundos de visitas semanais a uma escola pública de Fortaleza, de oficinas e de debates com dois estudantes secundaristas bolsistas PIBIC-EM da instituição lócus da pesquisa. Este trabalho tem como norte a compreensão das diferentes resistências dentro da escola quando se é dissidente em sexualidade, isto é, com uma sexualidade divergente da norma instituída socialmente. Como método, utilizamos da Pesquisa-Intervenção, visto que esta surge como uma abordagem adequada, pois reconhece o pesquisador enquanto sujeito que também intervém sobre a realidade pesquisada, fazendo, assim, com que o pesquisador assuma um lugar de não neutralidade no processo de construção da pesquisa. Nesse contexto, o diário de campo se apresenta como uma ferramenta essencial à compreensão da pesquisa, visto que o registro das percepções do pesquisador passa a ser analisado como uma extensão do campo. Como objetivos do presente trabalho pretende-se compreender a percepção dos estudantes acerca das questões relacionadas à sexualidade e/ou ao gênero, além de mapear as percepções dos estudantes acerca de como a escola é um espaço seguro e acolhe as demandas relacionadas à sexualidade e/ou gênero ou não. Como um dos resultados encontrados, podemos afirmar que os jovens pesquisadores do cotidiano escolar, estudantes secundaristas PIBIC-EM, relatam situações recorrentes no espaço escolar que demonstram que a escola pode vir a ser um lugar de repressão de estudantes dissidentes em sexualidade. Essas situações agem em detrimento da promoção das escolas como um ambiente de acolhimento, portanto compreender tal cenário torna-se fundamental para fazer do espaço escolar um local cada vez mais confortável para os alunos. Por fim, tais temáticas mostram-se relevantes para a Psicologia no que tange os estudos e aprofundamentos de questões ligadas a gênero e sexualidade dentro do âmbito escolar.