O presente trabalho busca trazer à tona a experiência na produção de uma Pesquisa-intervenção (PI) de inspiração cartográfica na qual serão realizadas 15 entrevistas de manejo cartográfico com docentes dissidentes em sexualidade. Como objetivo da presente pesquisa busca-se observar como tais docentes ocupam os espaços escolares, além de questionar a lógica binária que se estabelece na produção de um fazer laboral para a/o docente dissidente em sexualidade. Por dissidência sexual entendemos tudo que foge à norma sexual, sujeitos que possuem condutas que pela maioria da população é considerada imoral e/ou subversiva por não estarem adequadas a lógica da heteronormatividade. O discurso da/do docente dentro do espaço escolar circunscreve não apenas um conteúdo, mas seu lugar de fala enquanto sujeito atravessado por uma história, um contexto, uma relação familiar e também uma sexualidade. Diante disso utiliza-se o método da Pesquisa-intervenção, pois ela busca descentralizar do pesquisador a condição de intervenção sob a realidade, compreendendo que todos que ocupam o espaço em questão, e, no caso a escola, construindo uma pesquisa implicada, política e centrada na realidade que cerca a comunidade, rompendo assim com modos de investigação de cunho positivista. Reconhecendo o pesquisador como sujeito que também intervém sobre a realidade pesquisada, a Pesquisa-Intervenção (PI) fundamenta-se enquanto um ethos comum para pensar esta pesquisa. A escolha da entrevista de manejo cartográfico se dá por esta se relacionar não apenas a uma representação do vivido, mas como um espaço/tempo de subjetivação. Como resultados, espera-se que possamos perceber como a lógica binária interfere nas vivências de professores dissidentes em sexualidade, observando como o espaço escolar pode acolher ou reprimir, gerando lógicas de performatividade que subjetivem a/o docente.