O período de formação inicial do professor de matemática é marcado por uma certa complexidade formativa, que é refletida nas interações entre componentes de cunho específico e pedagógico. Frente a esse cenário formativo, temos a experiência como marcador, uma vez que o conhecimento é produzido de forma coletiva. Logo, durante o componente de estágio, nós, futuros professores de matemática, temos a oportunidade de nos aproximarmos do chão da escola. Frente a isso, para está escrita, objetivamos apresentar alguns movimentos de reflexão com os diários de campo produzidos durante o estágio supervisionado II, em 2023.2, no curso de licenciatura em matemática da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Como aportes teóricos norteadores, flertamos com estudos do campo da formação inicial de professores de matemática, com foco no estágio com e como pesquisa da própria prática. Como procedimentos metodológicos, foi utilizado a técnica do diário de campo, com seis licenciandos regularmente matriculados no componente de Estágio Supervisionado II. O diário de campo tem um caráter (auto)biográfico e, aqui, iremos focar em uma das sete perguntas realizadas sobre o processo de tornar-se professor de matemática. A questão em xeque nos leva a reflexão de como os componentes específicos e pedagógicos engendram atravessamentos durante a formação inicial. Os resultados apontam para uma certa desarticulação na formação inicial, pelo fato dos componentes específicos estarem mais atrelados a dificuldade, especialmente no período remoto, já os componentes do cunho pedagógico aparecem estando ligados ao ser professor, ao desenvolvimento profissional e a necessidade de reflexão sobre a prática, o que nos mostra uma visão ainda fragmentada. Outro ponto a ser explorado são os escapes, pois os diários nos contam sobre conhecimentos e habilidades que ainda estão carentes de desenvolvimento, em especial nas licenciaturas em matemática, como é o caso da empatia, da sensibilidade e do ensino humanizado.