O presente artigo visa abordar a temática da in/exclusão digital em diferentes contextos escolares na Rede Pública de Ensino de uma cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre. Considerando que esta foi uma importante iniciativa no bojo das políticas emergenciais, é preciso ponderar também sobre seus efeitos, que não apenas desvelaram, mas estimularam a precarização do ensino público, convertendo-se em uma espécie de benesse amplamente oferecida tão somente a uma parcela da população estudantil – principalmente das escolas privadas – o que enseja a percepção de tal iniciativa como uma política pública ineficiente em larga escala pela impossibilidade de sua universalização; principalmente no contexto da pandemia de Covid-19. Com o objetivo de problematizar as políticas educacionais voltadas para a rede pública durante o ensino remoto, e como estas medidas se inserem no debate da in/exclusão relacionada à educação. Essa investigação se trata de uma pesquisa narrativa, ao inserir-se um paradigma qualitativo sendo classificada também como estudo de caso múltiplo. Trata-se de um recorte do projeto de mestrado em educação da primeira autora, que realizou entrevistas com professores e gestores de quatro escolas da Rede Municipal de Educação de Canoas, Rio Grande do Sul. A decupagem e a análise das respostas deram-se seguindo a proposição de uma analítica de arquivo de inspiração foucaultiana, proposta por Júlio Groppa Aquino (Aquino,2022; Aquino; Do Val, 2022). Como resultados foi possível verificar que a indisponibilidade de tecnologias educacionais, bem como a falta de preocupação e a relativização do direito à educação desses estudantes – no que concerne à acessibilidade ao ensino remoto – resultou na manutenção e no aumento de desigualdades educacionais, pela ausência da garantia ao direito a educação de uma parcela da população estudantil vinculada à Rede Pública de Ensino.