A temática deste artigo é sobre a Educação de Adolescentes, Jovens e Adultos, problema da realidade educacional brasileira com raízes que originam as situações de exclusão social. A questão problematizadora desta pesquisa é: qual a inter-relação entre o conceito de invasão cultural de Paulo Freire (1987) e o conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu (2003) quando se refere a educação específica de pessoas adultas? O objetivo geral é compreender a relação entre os conceitos de invasão cultural de Paulo Freire (1987) e violência simbólica de Pierre Bourdieu (2003) quando se refere a educação de pessoas adultas. Dispomos a fazer o recorte dos contextos escolares da EAJA, dos processos de ensino-aprendizagem para este alunado e as situações de sucateamento escolar, considerando o referencial teórico que pautou-se no conceito de invasão cultural de Freire (1987) e na intertextualidade do conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu (2003; 2008). A abordagem é documental qualitativa sobre a realidade apresentada considerando a necessidade de substituir informações estatísticas por dados qualitativos, uma vez que essa análise pode configurar um diagnóstico crítico sobre o recorte de realidade que se pretende estudar conforme Lüdke; André (1986) e Deslauriers (1991). Como resultados observamos que os processos de invasão cultural (Freire, 1987) os quais não consideram a multiculturalidade, a diversidade e os conhecimentos prévios dos alunos de EAJA, reforçam práticas de violência simbólica (Bourdieu, 2003), estabelecendo a cultura dominante como superior as culturas populares. A evasão escolar se torna uma consequência quase que inevitável de um lugar de desconhecimento e não pertencimento dos sujeitos dentro de práticas educativas não agregadoras, mas exclusivas. A EAJA que defendemos considera uma Educação democrática, política, atuante e atenta as necessidades do seu alunado, ou seja, que traga simbolismo, significado, emancipação, liberdade e formas críticas de se pensar a sociedade que se vive.