Desde a implementação da Educação a Distância (EaD) no Brasil, houve mudanças significativas, incluindo a oferta de cursos superiores permitida pela Lei nº 9.394/96. Nesse caminho, o presente estudo contextualiza a regulamentação da EaD no país, influenciada pelo neoliberalismo, e aponta para a mercantilização da educação superior, especialmente em instituições privadas cuja predominância seja de cursos totalmente on-line. A metodologia adotada consiste em um estudo de caso comparativo entre os resultados do ENADE 2021 de cursos de licenciatura EaD em instituições privadas e públicas, especificamente o Consórcio CEDERJ. Os critérios de seleção incluem as maiores IES privadas em termos de matrículas (UNIASSELVI, UNOPAR e UNIP) e os cursos de licenciatura mais procurados (Pedagogia, Matemática e Letras) em 2021. Feita a investigação, os resultados do estudo revelam que os cursos de licenciatura EaD em instituições privadas obtiveram notas consideradas insatisfatórias, geralmente abaixo de 3 no ENADE. Essas notas sugerem problemas na qualidade da formação oferecida, afetando a preparação de futuros/as docentes. Por outro lado, o Consórcio CEDERJ, representando instituições públicas, apresentou notas superiores, indicando uma qualidade de ensino mais consistente. A discussão realizada destaca a mercantilização da educação como um problema central, exacerbado pela predominância de instituições privadas e políticas públicas que favorecem o setor privado. A falta de investimentos em instituições públicas e a expansão do ensino superior financiado privadamente contribuem igualmente para a queda na qualidade da formação docente. A pandemia de Covid-19, por sua vez, também é apontada como fator que pode ter influenciado nas notas, especialmente nas instituições que adotam modelos semipresenciais. Em suma, o estudo evidencia a relação entre a mercantilização da educação, a falta de investimentos públicos adequados e a queda na qualidade da formação docente, destacando a importância de políticas que fortaleçam o ensino público e combatam a lógica mercadológica na educação superior.