A branquitude é um conceito que se refere à construção social da identidade branca e aos privilégios e poderes associados a essa identidade, já na africanidade encontramos diversas religiões de matrizes africanas que foram fortemente influenciadas pelo sincretismo religioso, resultado do encontro entre culturas africanas e europeias durante colonialismo e do racismo que moldou as representações e a vivência religiosa das populações negras escravizados e seus descendentes, resultando em uma branquitude imposta a essas manifestações culturais, implicando na construção da identidade africana original evidenciada principalmente pelas representações de divindades negras com características europeias, ou seja branca, sendo possível inferir que o sincretismo religioso é um dos reflexos da hierarquia racial que infelizmente sempre esteve presente na sociedade, reforçando a supremacia branca e inferiorizando tudo o que seja minimamente “diferente”. Investiga-se que as religiões de matrizes africanas se adaptaram e incorporaram elementos do cristianismo e de outras religiões, como manter sua conexão com o seu sagrado, fingindo o culto de santos católicos que foram sendo associados aos orixás destacando a importância do sincretismo religioso como forma de estratégia de sobrevivência cultural e religiosa. Destacando a importância de compreender essa dinâmica para desconstruir estereótipos e promover uma visão mais abrangente dos desafios e contradições enfrentados na busca pela valorização e reconhecimento da africanidade nas práticas religiosa, para promover uma descolonização das religiões de matrizes africanas e a valorização da africanidade como uma forma de resistência e reafirmação identitária.