A pesquisa vincula-se ao campo da história da educação profissional, sendo a educação profissional feminina a temática desta proposta. O plano operativo "DO ENSINO TECHNICO PROFISSIONAL" elaborado em 1936 pela comissão dos engenheiros educadores Horácio da Silveira, João Luderitz, Francisco Montojos, Rodolpho Fuchs e Léon Renault, é o foco desta pesquisa. O objetivo é analisar a concepção do ideário feminino planejado para o ensino profissional no plano operativo, concentrando-se na seção das escolas industriais femininas. Autores como Assis, Medeiros Neta, Gonçalves (2022), Lima, Cariello, Damasceno (2021) e Sá, Albuquerque, Quintero (2017) fundamentam a pesquisa, que utiliza a metodologia de interpretação histórica. O plano operativo "DO ENSINO TECHNICO PROFISSIONAL" encontra-se organizado por seções, iniciando com uma descrição em relação à finalidade do ensino profissional, paralelamente apontando os ramos que abrangeram esse ensino – industrial, agrícola, comercial e especialização diversas. O cerne deste trabalho aborda o ensino industrial das escolas profissionais femininas, dos cursos de aplicações industriais da química e por fim dos cursos de especialização. As escolas profissionais femininas levantam os ofícios indispensáveis para a formação da mulher, como cozinheiras, copeiras, engomadeiras, costureiras, luveiros, enfermeiras, massagistas, puericultura e entre outros. Outros tópicos incluem matérias selecionadas para os cursos e a divisão em três graus. As atribuições de cada grau envolvem a formação das trabalhadoras nos ofícios e das mestras responsáveis pelo ensino profissional. Pela análise pudemos inferir que as mulheres começavam a ocupar espaços nas escolas industriais e, posteriormente, nas indústrias do país. A concepção do ideário feminino planejado para o ensino profissional no plano operativo estavam associadas às atividades ligadas ao cuidado, práticas domésticas e costura, refletindo o ideário do papel feminino na sociedade. Enquanto os homens recebiam uma educação voltada para negócios e vida pública, as mulheres eram educadas para o papel de cuidadora, mãe e protetora do lar.