A partir de um largo processo histórico de defesa do direito acesso, permanência e participação dos cidadãos com deficiência, altas habilidades e superdotação, temos mundialmente ações que buscam integrar de modo qualitativo práticas de inclusão no espaço escolar. Tais movimentos se expressam nas políticas educacionais e ações municipais que buscam atender normativas constitucionais e de acordos multilaterais. No entanto, a medida que a educação é mercadificada e reificada, esse direito é pauta de disputa dos setores que interesseiramente propõem-se a atuar com tal público. Ao interpretar a realidade do atendimento de estudantes com deficiência e/ou outros transtornos de aprendizagem no município de Santos, litoral paulista, conferimos que o cenário é formado por amplas disputas que implicam a qualidade do atendimento dos sujeitos educativos. Com a privatização de serviços educacionais praticados no referido município, a educação pública de qualidade mostra-se em conflito. Cizânia advinda de uma relação autoritária, que se intensifica a medida em que as dissonâncias do mal/precário atendimento ao público aqui especificado se adensam. Para explicitar a relação educativa no âmbito da educação especial em Santos, buscamos delinear os descaminhos da democratização escolar que é demonstrado na relação entre a Secretaria de Educação desta cidade e a comunidade escolar, que objetivamente é alijada dos espaços decisórios no campo educativo. Para tanto, levantamos e analisamos os discursos da SE frente as cobranças dos pais de alunos com deficiência e/outros transtornos de aprendizagem, do sindicato dos professores e associações que atuam no campo da educação especial, buscamos, a partir desse arrolamento, evidenciar o distanciamento da lógica da escola democrática. Tais ações incidem sobre os descaminhos da democratização escolar e contribuem para a precarização do atendimento ao alunado especial em Santos- São Paulo