Sabemos que as inovações tecnológicas no campo da comunicação estão cada vez mais moldando nossa forma de viver, ser e estar no mundo e que as crianças estão sendo influenciadas pelos meios tecnológicos sendo, muitas vezes, parte do seu cotidiano a conexão com o mundo digital. Essa cultura amplia as práticas de interações com as linguagens que vão além do ler, escrever e se comunicar, envolvendo habilidades de uso de múltiplas linguagens com textos que apresentam imagens, sons, cores e movimento, afetando potencialmente a prática docente. Pensando na perspectiva de que a escola com seus currículos e suas práticas pedagógicas precisam dialogar com a cultura digital fomos investigar quais percepções de letramentos os professores de uma escola pública da rede municipal de ensino da cidade de Mossoró/RN apresentam em seus discursos, fundamentalmente no pós-pandemia. Em nossa pesquisa, optamos por nos distanciarmos dos paradigmas positivistas, que enquadra e reduz o conhecimento. Buscamos dispositivos metodológicos que nos aproximássemos de uma escuta atenta e sensível dos sujeitos praticantes pensantes e participantes do nosso estudo. Optamos como dispositivo metodológico a roda de conversa com os professores da escola campo da pesquisa e um questionário através do Googleforms para a construção dos dados empíricos da pesquisa. Nos embasamos nos trabalhos de Rojo (2012), Rojo e Moura (2019), Buzato (2023), Nóvoa ( 2022), Santaella (2013) e Silva (2009). Como resultado da nossa pesquisa pudemos obter um panorama das percepções que os professores tem sobre letramentos e como o contexto da cibercultura está influenciando a prática docente. Em suas narrativas os professores aprontam que o tempo, o conhecimento na área das tecnologias digitais, o acesso e a pouca formação se constituem em seus principais dilemas para mobilizar e ampliar seus letramentos digitais e consequentemente ampliar os multiletramentos de seus alunos.