O presente trabalho de caráter bibliográfico explora, sob a perspectiva hermenêutica, os estudos de Tilman Fürniss (1993) sobre a violência sexual e a síndrome do segredo, em meio ao processo de silenciamento das vítimas de abuso sexual. Diante disso, aborda-se a família - primeiro núcleo de socialização do ser humano - e suas implicações na produção e no acobertamento do abuso sexual. O objetivo é compreender os medos, angústias e dilemas presentes na vida da criança violentada e, que, por consequência, originam o silenciamento, ocultação e negação do problema. A preocupação é esclarecer o quanto o silenciamento é um dos fatores que mais contribui para a intensificação do trauma e do sofrimento da vítima. Logo, o enfrentamento dessa situação é, justamente, um dos maiores desafios da educação e dos educadores que atuam com crianças que sofreram ou sofrem violência sexual. Para tanto, o rompimento do silêncio é o marco inicial na superação do trauma, onde a capacidade dialógica e a sensibilidade pedagógica do educador são indispensáveis.