A especialização precoce é uma consequência das tendências pedagógicas ultrapassadas que ainda prevalecem no campo da Educação Física quando tratamos especificamente do conteúdo Esporte. Esse tipo de especialização limita o desenvolvimento motor da criança, além de atingir negativamente outros campos, como o psicológico e emocional. Esse trabalho tem por objetivo identificar a relação da iniciação precoce na prática esportiva especializada com a linha decrescente do rendimento na fase adulta, visando conscientizar os profissionais da Educação Física da importância de introduzir de maneira adequada o esporte na vida da criança, tendo como base sua fase de desenvolvimento maturacional, motor e psicológico. A especialização é inevitável no esporte de alto nível, entretanto ela deveria ocorrer com base em uma estrutura adequada ao desenvolvimento, que leva em consideração desenvolvimento individual, que contém um aumento regular da carga e garanta movimentos coordenativos gerais. O meio escolar se torna um objeto fundamental pra a construção e desenvolvimento desse ser, e é na aula de Educação Física que a criança põe em prática seu autoconhecimento corporal. Esse é um estudo qualitativo de corte transversal, realizado com 25 alunos (atletas e ex-atletas) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os dados foram coletados por meio de um questionário produzido pelas autoras do estudo. E de acordo com a análise dos dados, constatou-se que cerca de 48% dos entrevistados iniciaram a prática especializada mais cedo, por volta dos 10 anos de idade, e abandonaram a mesma também mais cedo, chegando a um máximo de 8 anos de prática. Dos atletas que permaneceram ativos no esporte, 36% relataram uma significativa queda do rendimento após os 18 anos de idade. Idade que marca o fechamento do processo de desenvolvimento maturacional.