INTRODUÇÃO: Há muito tempo o uso de cosméticos, em especial de maquiagem, é componente fundamental em nome da vaidade e beleza de toda mulher, sendo cada vez mais frequente e disseminado. No entanto, o uso repetido e crônico de alguns produtos de beleza oferecem perigos para a saúde, que podem ser desde pequenas alergias até doenças mais graves como o câncer. Uma das razões deste risco de intoxicação deve-se à presença de metais pesados, entre eles o chumbo, cádmio, cromo, arsênio, mercúrio, alumínio, manganês e titânio. Os metais pesados são considerados agentes extremamente tóxicos e apresentam o fenômeno da bioacumulação, que ocorre quando um organismo absorve uma substância tóxica a uma taxa maior do que a de eliminação por ele mesmo. A frequência e a quantidade de uso causam efeitos nocivos a longo prazo, com exceção apenas do cádmio e do cromo que são inaceitáveis em qualquer nível. No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) regula e estabelece os limites permitidos de contaminantes em cosméticos, como também garante a segurança tanto dos fabricados no país como dos produtos importados, conforme assegurado pela Resolução 79/00. No entanto, a dificuldade em fiscalizar todos os produtos comercializados faz surgir problemas nas concentrações destes importantes toxicantes nos diversos produtos cosméticos. OBJETIVO: Avaliar o teor de metais pesados em maquiagens realizando uma revisão bibliográfica sobre o tema, destacando os limites permitidos pelos órgãos reguladores no Brasil. METODOLOGIA: Estudo de publicações bibliográficas com base nos dados de sites como Pubmed, Scielo, Lilacs e Medline no qual foram selecionados artigos relevantes ao tema abordado referente ao período de 2003 a 2013. Além disso, utilizou-se o Guia para Avaliação de Segurança de Produtos Cosméticos publicado pela ANVISA/2003, como também leis e resoluções do setor destacado. RESULTADOS: Estudos revelam que a quantidade de chumbo em batons ultrapassa o limite permitido pelas entidades responsáveis por esse controle, uma vez que a ANVISA estabelece esses níveis, somente permitindo na composição de maquiagens o uso de até 3ppm de arsênio, 20ppm de chumbo e 100ppm de outros metais pesados. Outro recente estudo publicado por Bentlin em 2007 envolveu a determinação de alguns metais pesados em tintas para maquiagem definitiva, onde foi comprovada através de experimentações com embasamento teórico/científico, a presença de quantidades altíssimas de elementos como Cu (Cobre), Fe (Ferro) e Zn (Zinco), desta forma expondo ao risco pessoas que fazem uso destes cosméticos que os possuem na sua composição. As informações colhidas nessa pesquisa mostram a relevância da avaliação dos fatores que podem desencadear a intoxicação dos consumidores por essas substâncias. CONCLUSÃO: Tendo como base os riscos a saúde humana apresentados, conclui-se que é de extrema importância alertar os órgãos competentes sobre a necessidade de fiscalização a cerca dos males do contato dessas substâncias com o organismo vivo. Portanto, não é o caso de extinguir as maquiagens do mundo, e sim de uma maior e mais atenta investigação pelos órgãos reguladores de Saúde.