A espasticidade trata-se de um acometimento neurológico onde ocorre um desequilíbrio da contração muscular e uma consequente desregulação do tônus. Acarreta um déficit motor que compromete a realização das tarefas diárias e limita a funcionabilidade dos membros afetados. Ocorre em grupos musculares e não em músculos isolados, e esses grupos afetados dependem da posição, nível e extensão da lesão. Trata-se de um distúrbio dos reflexos espinhais proprioceptivos, manifestado clinicamente como um movimento abrupto de hiper reflexia do tendão e um aumento do tônus muscular, o qual surge durante a realização de movimentos ativos e passivos, dependendo da velocidade, por exaltação do reflexo miotático ou de estiramento. Os sinais clínicos da espasticidade não aparecem de forma isolada, eles aparecem associados a outras alterações motoras próprias da lesão das vias cortiço espinhais ou piramidais, que segundo o grau de acometimento neurológico, irão da paresia total à plégia total da musculatura hipertônica, dando lugar assim a um quadro clínico caracterizado por déficit motor e hipertonia muscular. Nessa perspectiva, este trabalho consiste em um relato de experiência de docentes e discentes que participam de um projeto de extensão intitulado “PLANTAS MEDICINAIS: OFICINA DE REMÉDIOS/ RDC № 10, DE 9 DE MARÇO DE 2010 / ANVISA na Clínica de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba e na Pediatria de um Hospital Filantrópico” do Curso de Graduação em Farmácia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campus I, Campina Grande-PB, no período de janeiro 2012 até o presente momento, com a finalidade de mostrar a produção de um óleo à base de plantas medicinais e estes serem utilizados por pacientes acometidos de hipertonia espástica na Clínica de Fisioterapia da UEPB, no Município de Campina Grande-PB. Assim sendo, foram selecionadas as plantas medicinais como Arnica Montana (Arnica) que possui ação anti-inflamatória, anestésica e cicatrizante, aquecendo e relaxando a área onde o óleo é aplicado, Matricaria recutita (Camomila) que possui efeito calmante, tônico, anti-espasmódico e outros efeitos benéficos para s portadores da hipertonia, além de Lippia sidoides (Alecrim pimenta) que contem mais de 60% de timol. Essas plantas estão apresentadas na portaria № 10, de 09/03/2010 / ANVISA e isentas de prescrição médica. A eficácia destas plantas medicinais está validada no uso tradicional e em literatura relacionada ao tema. O óleo foi preparado no laboratório de Fitoterapia da Farmácia Escola da UEPB, segundo as regras preconizadas pela Farmacopeia Brasileira para posteriormente ocorrer a distribuição do óleo para os pacientes acometidos de hipertonia espástica na Clínica de Fisioterapia da UEPB. A produção deste trabalho resultou na mudança do olhar dos profissionais de saúde com relação à questão econômica associada à elementos da medicina baseada em vidências, uma vez que a aquisição de medicamentos pelo setor público é um ponto de entrave devido aos altos custos. Assim, este projeto promoveu um modelo de rastreamento assistencial que vai desde o esclarecimento do paciente até a avaliação regular de eficácia e satisfação.