Introdução: A gestação é um evento fisiológico na vida da mulher, caracterizado por intensas transformações, tanto no âmbito corporal como no emocional, onde cada gestante lida com essas mudanças de um modo muito particular. Nesse período, o corpo da mulher é, constante e intensamente, sensibilizado e passa a desenvolver uma linguagem própria e particular. Esta é expressa por muitos sinais e sintomas, mudanças posturais e por toda a expressão corporal da grávida. Assim, além das alterações físicas e emocionais da gestante, é interessante que o profissional de saúde atente, também, para a qualidade de vida desta. Objetivo: Analisar os impactos na qualidade de vida durante o período gravídico. Métodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados Scielo, LILACS, MEDLINE/Pubmed, Periódicos Capes, no periódico: Health and Quality of Life Outcomes, na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e no Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), resultando no uso de 49 estudos. Resultados: As pesquisas utilizadas dataram do ano de 1998 a 2013. Na maioria dos estudos que compararam a qualidade de vida de gestantes com um grupo controle foram vistos escores sempre mais baixos nas grávidas. Os domínios que se referem ao funcionamento físico, mobilidade, auto cuidado e saúde foram os mais afetados. Também foi visto que os fatores físicos que afetam negativamente a qualidade de vida da gestante são a fadiga, náusea e vômito, principalmente no 1° trimestre, dores nas costas, hemorróidas, a respiração curta e a sensação de coração acelerado. Em vários estudos foi percebido que náusea e vômito provocaram baixa em todos os escores dos domínios de qualidade de vida, onde quanto maior sua severidade menor a qualidade de vida. Além dos sintomas físicos, a saúde emocional e o suporte familiar também foram fortes influenciadores. Gestantes com problemas de saúde, como diabetes, obesidade, ansiedade, depressão, deficiência energética crônica, incontinência urinária, melasma, má história obstétrica anterior e risco de parto prematuro obtiveram impactos negativos na qualidade de vida. Apenas cinco estudos encontraram bons escores na qualidade de vida de gestantes, um destes, realizado com cardiopatas e outro com gestantes de alto risco. Outro achado foi que a atividade física influencia de forma positiva na qualidade de vida. Conclusão: As transformações fisiológicas ocorridas no período gravídico mostraram ser notadamente influenciadoras da qualidade de vida, a qual tem maior tendência a diminuir do que aumentar com o decorrer da gravidez. Logo, conhecendo melhor as alterações na qualidade de vida da gestante, podem-se formular terapêuticas mais efetivas para tornar este período da vida feminina o mais confortável possível.