A PRESENTE COMUNICAÇÃO PRETENDE REFLETIR SOBRE OS DESCONTÍNUOS TEMPORAIS E SUAS INFLEXÕES LÍRICAS, AO QUE CONCERNE AO ESPAÇO, A CONSCIÊNCIA DO EXISTIR, AO COTIDIANO, ENTRE OUTROS ELEMENTOS LÍRICOS FORJADOS NA OBRA-POEMA “QUANDO” (2020), DE MANUEL ALEGRE. UMA OBRA QUE AMPLIA SEU TRAÇO CONTEMPORÂNEO, À MEDIDA QUE PROVOCA OS LEITORES A PARTIR DE SUBLIMINARES INDAGAÇÕES QUE BEIRA O DESPRETENSIOSO, MAS QUE SE REVELAM INTENSAS PELAS POSSIBILIDADES DE COMPARTILHAMENTO DAS EXPERIÊNCIAS – ACIONADAS PELO EU LÍRICO. ALIÁS, UMA ESTRATÉGIA DISCURSIVA QUE CONSISTE MUITO MAIS EM CRIAR NOVAS PERGUNTAS DO QUE PROPRIAMENTE GERAR RESPOSTAS. DE TAL MODO, A EMERGÊNCIA SIMBÓLICA DA OBRA-POEMA VINCULA À PALAVRA POÉTICA A UM ANTIRROMANTISMO VISCERAL, VIVO E, ESPETACULARMENTE ORGÂNICO, EXPRESSO ENTRE VERSOS LÚCIDOS QUE CANTAM PRÁTICAS SOCIAIS E DISTINTOS MODOS DE VIDA. PARA TANTO, ACIONAMOS DIÁLOGOS TEÓRICOS À LUZ DE PAZ (2015), HEIDEGGER (2015), CERTEAU (2008) ENTRE OUTROS, COM O PROPÓSITO DE AMPLIAR LEITURAS CONTEXTUAIS ATRAVÉS DAS CONFIGURAÇÕES ESTÉTICAS DO SIGNO POÉTICO TEMPO, EM SUAS TRANSFIGURAÇÕES E CONTINGÊNCIAS SIMBÓLICAS, ONDE A LÍRICA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA DE MANUEL ALEGRE SE RETROALIMENTA. NESTE SENTIDO, A PARTIR DE UM MOVIMENTO DECOROSO E, POR VEZES, CONCILIADOR O POETA ABRE DIÁLOGOS DESCONCERTANTES E PROVOCADORES, JÁ DESDE O TÍTULO DA OBRA-POEMA QUE ENLAÇA LEITORES, SOBRETUDO, PELAS OPORTUNIDADES INTERSUBJETIVAS DO QUE SE DESEJA INTELIGÍVEL – PELAS RASURAS DA EXPRESSÃO POÉTICA.