ESTE TRABALHO BUSCA INVESTIGAR A NOÇÃO DE “PULSÃO DA ESCRITA” A PARTIR DA OBRA DE MARIA GABRIELA LLANSOL, DESTACANDO-SE O LIVRO NA CASA DE JULHO E AGOSTO, EM QUE A REFERIDA NOÇÃO É NOMEADA. A EXPRESSÃO “PULSÃO DA ESCRITA” CARREGA A AMBIGUIDADE DO DUPLO GENITIVO, PODENDO SIGNIFICAR TANTO A PULSÃO PRESENTE NO SUJEITO E QUE O MOVE EM DIREÇÃO À ESCRITA, QUANTO UMA OUTRA PULSÃO, AQUELA QUE PARTE DA ESCRITA, DO TEXTO, EM DIREÇÃO AO SUJEITO. RECORREMOS À PSICANÁLISE NO INTUITO DE VERIFICAR OS ELEMENTOS COMUNS A QUALQUER PULSÃO E, LOGO APÓS, APONTAMOS PARA AS CARACTERÍSTICAS QUE MARCAM A ESPECIFICIDADE DA “PULSÃO DA ESCRITA”. SE, POR UM LADO, A ESCRITA PODE SER TOMADA COMO RESULTADO DE UM CERTO PÁTHOS QUE AFETA O ESCRITOR, POR OUTRO, PODE-SE VISLUMBRAR NO ATO DE ESCREVER UMA PRÁTICA DE LIBERDADE. NESSE CONTEXTO, CABE PERGUNTAR: EM QUE MEDIDA O ESCRITOR ESCREVE SEU TEXTO E EM QUE MEDIDA É ESCRITO POR ELE? PARA ILUMINAR ESSA TENSÃO, EVOCAMOS ALGUMAS PASSAGENS EXTRAÍDAS DAS OBRAS UM FALCÃO NO PUNHO E O JOGO DA LIBERDADE DA ALMA, EM QUE LLANSOL NOS OFERECE SUBSÍDIOS PARA PENSARMOS DE QUAL LIBERDADE SE TRATA NO ÂMBITO DA ESCRITA. NOSSO MARCO TEÓRICO SERÁ CONSTITUÍDO PELA TEORIA PSICANALÍTICA DE SIGMUND FREUD E JACQUES LACAN, BEM COMO PELAS FORMULAÇÕES TEÓRICO-LITERÁRIAS DE MAURICE BLANCHOT, ROLAND BARTHES E JACQUES DERRIDA. AO LONGO DO ARTIGO, PRETENDEMOS DELINEAR O MODO COMO ATIVIDADE E PASSIVIDADE SE COMBINAM NA ESCRITA, SOB A PERSPECTIVA DA OBRA LLANSOLIANA.