SABE-SE QUE A OPRESSÃO E VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER SÃO DERIVAÇÕES DIRETAS DA IDEOLOGIA PATRIARCAL, QUE MARCA OS PAPÉIS E AS RELAÇÕES DE PODER ENTRE HOMENS E MULHERES. O ENSAIO QUE ORA PROPÕE-SE BUSCA ANALISAR ESSA CONSTRUÇÃO, OBSERVAM-SE AS INTIMIDAÇÕES E VIOLÊNCIAS, COM ÊNFASE NO ESTUPRO, QUE SÃO VIVENCIADAS PELAS PERSONAGENS DA OBRA MAIS RECENTE DA PORTUGUESA INÊS PEDROSA, O PROCESSO VIOLETA (2020). ASSIM, PRETENDE-SE QUESTIONAR COMO AS PERSONAGENS ABUSADAS, UMA PERSONAGEM DE 14 ANOS DO SEXO MASCULINO E UMA PERSONAGEM DE 32 ANOS, DO SEXO FEMININO, SÃO DIFERENTEMENTE REPRESENTADAS POR ESSA ESCRITORA DIANTE DE UMA MESMA SITUAÇÃO – O ABUSO SEXUAL - POIS QUE, FREQUENTEMENTE, QUANDO SE TRATA DESSE CRIME INSERE-SE A RESPONSABILIDADE NA VÍTIMA. ALÉM DISSO, TAMBÉM PRETENDE-SE REFLETIR SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE A CULTURA QUE NATURALIZA O ESTUPRO NA SOCIEDADE E A ELABORAÇÃO DESSA REALIDADE NA FICÇÃO PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA, OBSERVANDO COMO AS CENAS DE VIOLÊNCIA SÃO DISPOSTAS DENTRO DA NARRATIVA PEDROSIANA, UMA VEZ QUE AS RELAÇÕES ESTABELECIDAS ENVOLVEM PROFESSORAS E ALUNOS E O ESPAÇO ESCOLAR FICCIONALIZADO. A PESQUISA, DE CUNHO BIBLIOGRÁFICO, TEM COMO CORPUS A OBRA LITERÁRIA O PROCESSO VIOLETA (2019), DE INÊS PEDROSA, À LUZ DOS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE ARAÚJO (2020), CIXOUS (2017), COSTA (2016), FIGUEIREDO (2019) ENTRE OUTROS.