O TRABALHO ANALISA A PEÇA TEATRAL "IN NOMINE DEI", DE JOSÉ SARAMAGO, SOB A ÓTICA DA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA CULTURAL E DO TRÁGICO NA DRAMATURGIA. ESCRITA EM 1993, A OBRA TRAZ À CENA A REBELIÃO DE MüNSTER, NA ALEMANHA DO SÉCULO XVI, QUE COLOCOU EM CONFLITO CATÓLICOS E PROTESTANTES, CULMINOU EM GUERRAS DE PODER E EM GRANDE MORTANDADE DE PESSOAS. COM AS CONSEQUÊNCIAS E OS HORRORES DA INTOLERÂNCIA APRESENTADOS POR SARAMAGO, SURGE A SEGUINTE QUESTÃO: AFINAL, QUEM É DEUS, QUEM É O DIABO E QUEM É O HOMEM? PARA TANTO, BUSCA-SE NO "ESTUDO SOBRE O TRÁGICO" DE PETER SZONDI, EM SUA REFLEXÃO FILOSÓFICA, O ENTRECRUZAMENTO COM A PEÇA EM ANÁLISE, A PARTIR DAS SEGUINTES PREMISSAS: NÃO É O ANIQUILAMENTO QUE É TRÁGICO, MAS O FATO DE A SALVAÇÃO SE TORNAR ANIQUILAMENTO. NÃO É NO DECLÍNIO DO HERÓI QUE SE CUMPRE A TRAGICIDADE, MAS NO FATO DE O HOMEM SUCUMBIR NO CAMINHO QUE TOMOU JUSTAMENTE PARA FUGIR DA RUÍNA. E POR FIM, O SENTIDO DO TRÁGICO SE BASEIA NUMA OPOSIÇÃO IRRECONCILIÁVEL. PARA ANÁLISE DA MEMÓRIA CULTURAL, BUSCA-SE NAS IDEIAS DE ALEIDA ASSMANN, ATRAVÉS DE "ESPAÇOS DA RECORDAÇÃO", OS ENTRECRUZAMENTOS TEÓRICOS NECESSÁRIOS PARA A RECONSTRUÇÃO DA NARRATIVA DO PASSADO TRÁGICO, TECIDO NA AÇÃO DRAMÁTICA DO TEXTO TEATRAL EM ESTUDO.