A PRESENTE COMUNICAÇÃO TEM COMO PRINCIPAL OBJETIVO PROPOR UM DIÁLOGO ENTRE PAISAGEM E LITERATURA A PARTIR DAS NARRATIVAS DO AUTOR PORTUGUÊS FERNANDO NAMORA, PUBLICADAS EM SEU CICLO DE ESCRITA CITADINO, VISANDO DEMONSTRAR O QUANTO O JOGO FICCIONAL DO ESCRITOR EXPLORA A PAISAGEM E A AMBIÊNCIA URBANAS PARA CRIAR SENSAÇÕES E ESTABELECER SIGNIFICADOS. PARA TAL TAREFA, ALÉM DE ALGUNS TEXTOS LITERÁRIOS, TAIS COMO O HOMEM DISFARÇADO (1957), CIDADE SOLITÁRIA (1959) E O RIO TRISTE (1982), SÃO UTILIZADAS TEORIAS A RESPEITO DA PAISAGEM E DA INTERAÇÃO QUE A MESMA ESTABELECE COM AS OBRAS. A METODOLOGIA ADOTADA É BASEADA NA RECOLHA E LEITURA DE BIBLIOGRAFIA QUE VERSE SOBRE AS OBRAS DE NAMORA E SOBRE A PRESENÇA DA PAISAGEM NA LITERATURA, INTUINDO ANALISAR COMO OS PERSONAGENS DO ESCRITOR ESTÃO INCORPORADOS NO ESPAÇO CITADINO E O QUE A VELOCIDADE DESSE CONTEXTO TRAZ COMO CONSEQUÊNCIA PARA A EXISTÊNCIA DOS MESMOS, LEVANDO EM CONTA, PRINCIPALMENTE, A CONSTRUÇÃO DA SOLIDÃO NESSES CORPOS INSERIDOS NO CENÁRIO URBANO. O ESTUDO CONTA, PRINCIPALMENTE, COM A TEORIA SOBRE ESPAÇO/CORPO, DE FÉLIX GUATTARI (1992), COM A IDEIA DE PERCEPÇÃO DAS PAISAGENS, DE MICHEL COLLOT (2012) E COM O OLHAR FILOSÓFICO SOBRE A ARQUITETURA, DESENVOLVIDO PELO FILÓSOFO/ARQUITETO JUHANI PALLASMAA (2011). A REFLEXÃO SE VALE AINDA DO CONCEITO DE DROMOLOGIA, CUNHADO POR PAUL VIRILIO (1993), DE MODO A PENSAR NA ACELERAÇÃO DOS CORPOS NO ESPAÇO URBANO E NA CONSEQUENTE SOLIDÃO DOS MESMOS. A ARTICULAÇÃO DAS TEORIAS ASSINALADAS COM OS TEXTOS LITERÁRIOS PROPOSTOS PERMITE UM DIÁLOGO ENTRE A LITERATURA, A FILOSOFIA E A ARQUITETURA, TRANSMITINDO INDÍCIOS RELEVANTES PARA DEMONSTRARMOS A PAISAGEM CITADINA COMO UM MECANISMO DA CRIAÇÃO LITERÁRIA DO ESCRITOR.