TENDO EM MENTE QUE O SER HUMANO NATURALMENTE NÃO ENXERGA O MUNDO À MANEIRA POSITIVISTA – COMO UM OBJETO ALHEIO AO SUJEITO – MAS COMO REFLEXO E PARTE INTEGRANTE DO PRÓPRIO SUJEITO, O TRABALHO VISA DESTACAR ESSA IDENTIFICAÇÃO ENTRE O EU E O MUNDO NA (MITO)POÉTICA DE ANTÓNIO NOBRE. NESSE SENTIDO, PARTIREMOS DE PENSADORES DO IMAGINÁRIO COMO ELIADE, JUNG E BACHELARD PARA DESTACAR AS RELAÇÕES ENTRE ARTE, SUJEITO E UNIVERSO. O MATERIAL ANALISADO SE RESTRINGIRÁ AO MATERIAL LITERÁRIO PUBLICADO EM VIDA PELO AUTOR, O LIVRO SÓ, E, CONFORME A CONVENIÊNCIA, ABARCARÁ SUA CORRESPONDÊNCIA ÍNTIMA. A VISÃO DE MUNDO NOBREANA É NOTAVELMENTE ANIMISTA, AO PERSONIFICAR A MATÉRIA “INERTE”, COMO A LUA OU O OCEANO, ATRIBUINDO-LHE ATITUDES, FUNÇÕES E GÊNEROS. TENTAREMOS ALIAR ESSE FATO À PERMANÊNCIA DE SUBSTRATOS INCONSCIENTES – E BASILARES – DO PSIQUISMO HUMANO, EXPRESSOS NOS TEMPOS PRIMEVOS PELA EXPERIÊNCIA RELIGIOSA E, NA MODERNIDADE, PELA LITERATURA, DE QUE A PRODUÇÃO DE NOBRE SERÁ NOSSO EXEMPLO. ASSIM, REVISITAREMOS A FORTUNA CRÍTICA DO AUTOR E O SITUAREMOS EM SEU CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO, QUAL SEJA, PORTUGAL NOS FINS DO SÉCULO XIX. VEREMOS EM DECORRÊNCIA DESSE MOMENTO AS MANIFESTAÇÕES DE UM “IMAGINAR O MUNDO”, EM ATITUDE NECESSARIAMENTE OPOSTA ÀS CORRENTES CIENTIFICISTAS E À CISÃO SUJEITO-OBJETO PROPOSTAS NOS MEADOS DO SÉCULO, QUE EM NOBRE TOMA A FORMA DE UMA COSMOVISÃO-ESPELHO DO SER HUMANO.